quinta-feira, 14 de abril de 2011

Vida de Lamarck

          Jean-Baptiste Lamarck nasceu em 1o de agosto de 1744. Ele tinha 10 irmãos e pertencia a uma família da nobreza inferior e decadente francesa.
          Lamarck serviu ao exército durante seis anos e, com o espírito científico já aflorando no soldado, aproveitou as inúmeras viagens dentro da própria França para estudar as variedades de plantas que encontrava pelo caminho.
          Quando saiu do exército ( por problemas de saúde) foi estudar medicina, porém, era mesmo interessado em Química e Meteorologia. Ainda assim, a maior contribuição de Lamarck para a ciência foi sua “Flora francesa” de 1779. O livro fez sucesso, mas como todo cientista que escreve livros sabe, não dava nenhum dinheiro e ele estava muito ruim financeiramente.
          Durante o terror da Revolução Francesa muitas mudanças ocorreram nas instituições científicas que eram encaradas pelo novo governo como “elitistas”.
         Lamarck foi transferido do departamento de botânica do recém criado Museu de História Natural (antes se chamava Jardim do Rei) para a seção de insetos e vermes, que ele viria a rebatizar de invertebrados, cunhando um importante conceito em Biologia. Ele adorou a nova área de pesquisa.
         Publicou inúmeros trabalhos, sempre classificando os invertebrados também do simples para o mais complexo, incluindo os fósseis, cujas diferenças com os organismos vivos eram devidas ao fato que as espécies tinham passado “por mudanças”, algumas lentas em longas escalas de tempo. Era 1800 e a evolução começava a fazer sentido na sua cabeça. Em 1802 Lamarck publica o livro “Pesquisa da organização dos corpos vivos”, cujo desenvolvimento culmina em sua obra mais conhecida, “Filosofia Zoológica”,lançado em 1809.
          Neste livro, Lamarck explicita suas idéias: tendência inata dos organismos para maior complexidade e a influência do ambiente como fator responsável pelas variações em torno de uma norma básica. Também diz que os animais superiores eram capazes de gestos voluntários que poderiam se tornar um hábito e, se constantemente repetido, o resultado seria um novo e mais desenvolvido órgão (lei do uso e desuso, isto é, quando usado o órgão muito usado ficaria melhor e seria transmitido a gerações posteriores. Se não o usasse, a espécie o perderia). Isto seria conseguido através do que Lamarck chamou de “sentimento interno”, um sentimento físico, involuntário resultante da agitação do fluido nervoso.
         Todas estas idéias ficariam mais claras com a publicação dos sete volumes de “História Natural dos Animais Invertebrados” (1815-1822).
          Apesar da publicação de todas estas obras, Lamarck morreu pobre. Suas filhas (de quatro casamentos, pois ele ficou viúvo 3 vezes) ainda tentaram receber um dinheiro da Academia Francesa para o funeral, mas ele foi enterrado mesmo numa vala comum em 1829.

          Apesar da teoria lamarckista não ter “sobrevivido na luta” contra sua oponente mais forte e muito mais consistente (Darwin), Lamarck não merece a lata do lixo da história científica, em especial por sua personalidade: com 55 anos alterou sua concepção do mundo para a da modificação das espécies, já que os fatos falavam mais alto.
         Para você refletir: ainda hoje, que pesquisadores com 55 anos mudariam completamente sua percepção do mundo, mesmo baseado em fatos? Poucos; muito poucos…


                                                                      Lamarck

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